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As instituições portuguesas captaram 4,54 milhões de euros no concurso de 2024 das Marie Skłodowska-Curie Actions Staff Exchanges (MSCA SE), o que corresponde a 4,76% do financiamento a atribuir. Concorreram 329 consórcios de instituições, tendo sido selecionadas para financiamento 80 propostas.

Quatro das propostas vencedoras são coordenadas por instituições portuguesas: Universidade de Aveiro, Instituto Superior Técnico, Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa e Universidade do Porto. Globalmente, há 37 participações de instituições portuguesas em propostas vencedoras, ou seja, em 33 consórcios vencedores as instituições portuguesas não assumem o papel de coordenação.

As MSCA SE são um instrumento do Horizonte Europa para financiar a mobilidade de investigadores, técnicos e gestores de ciência diretamente ligados à investigação, em qualquer fase da carreira. Os consórcios concorrentes têm obrigatoriamente um mínimo de três instituições de três países diferentes. Tal como as restantes ações Marie Skłodowska-Curie, visam a formação e o desenvolvimento da carreira dos investigadores através de três dimensões da mobilidade: entre países, entre o setor académico e não académico e entre disciplinas.

A participação das instituições portuguesas neste instrumento do Horizonte Europa tem sido bastante positiva, tendo já sido captados 17,82 milhões de euros desde o início do Horizonte Europa. Em 2024, as instituições portuguesas que integraram consórcios candidatos (como coordenadoras ou participantes) tiveram uma taxa de sucesso de 25,01%, com a média europeia a situar-se nos 26,01%, mas houve já alguns anos em que a taxa de sucesso de Portugal foi ligeiramente superior ao da média da União Europeia.

O concurso MSCA SE deverá estar aberto até 8 de outubro de 2025.

A FCT é responsável pela promoção das Ações Marie Skłodowska-Curie em Portugal, realizando regularmente sessões informativas e workshops de escrita de propostas, iniciativas que são divulgadas através da manifestação de interesse com o preenchimento de um formulário e nas notícias publicadas no site da FCT. A FCT é também responsável pela representação de Portugal no Comité de Configuração do Programa das Ações Marie Skłodowska-Curie, junto da União Europeia.

Publicado em 21 Maio 2025

Os investigadores Luís Oliveira e Silva, Thales Silva e Pablo Bilbao (estudante de doutoramento) do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear, uma unidade de investigação do Instituto Superior Técnico, descobriram propriedades até então desconhecidas em plasmas, que viajam quase à velocidade da luz quando expostos a campos magnéticos ultra-intensos. A descoberta, publicada na revista científica Science Advances, poderá ajudar a explicar a origem das emissões de rádio observadas nas estrelas de neutrões.

Para esta descoberta, que desafia as leis clássicas da física estatística, os investigadores recorreram aos serviços de computação avançada disponibilizados à comunidade científica pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), através da sua unidade de serviços digitais, a FCCN.

A capacidade de realizar simulações numéricas exigentes e de tratar grandes volumes de dados com elevado desempenho, tarefas atualmente possibilitadas através do Supercomputador Deucalion, revelaram-se essenciais para o sucesso desta investigação.  A equipa de investigação sublinha a importância determinante desses recursos, para o alcance dos resultados.

“A descoberta reportada explora o comportamento não linear do plasma, e só é possível demonstrar inequivocamente a previsão teórica com simulações numéricas de larga escala”, explica Luís Oliveira e Silva, coordenador do projeto. “Sem estas simulações, a descoberta não poderia ser confirmada.Neste nosso trabalho, as simulações são autênticas experiências numéricas e, sem os recursos de Computação Avançada da FCT, estas experiências numéricas não poderiam ser realizadas”, acrescenta.

Pablo Bilbao, investigador da equipa, também destaca as limitações que enfrentariam sem acesso à computação avançada: “Sem os recursos de computação avançada da FCT, só teríamos conseguido estudar o início do processo, onde a teoria ainda consegue prever o que acontece. Mas foi graças às simulações de larga escala que conseguimos ir muito além — e foi nesse percurso que o novo fenómeno acabou por surgir. Sem esse acesso, esta descoberta simplesmente não teria sido possível.”

Para além dos recursos computacionais em si, a equipa realça ainda a colaboração eficaz com os serviços técnicos da FCCN: “Manifestamos o nosso profundo agradecimento à equipa da FCCN, em particular aos Serviços de Computação Avançada e ao Deucalion, pelos recursos que colocaram à nossa disposição e pelo apoio prestado, tanto a nível técnico como administrativo, ao longo do projeto. Este apoio foi fundamental para maximizarmos a utilização dos recursos disponibilizados”, afirma Thales Silva.

Luís Oliveira e Silva reforça ainda a importância da computação avançada para a competitividade da investigação nacional: “No nosso trabalho, as simulações numéricas são centrais, constituindo-se como o instrumento científico para testar as nossas ideias e teorias. Sem os recursos de computação avançada da FCT não teríamos possibilidade de realizar trabalho competitivo internacionalmente. E com suporte técnico apropriado e mais próximo, o trabalho é significativamente acelerado. Permite-nos estar na frente de onda da investigação em plasmas astrofísicos, competindo com os melhores grupos do mundo desta área.”

O Deucalion faz parte da rede de supercomputadores europeus da empresa comum EuroHPC, acessíveis às comunidades de investigação e inovação. Trata-se de um projeto conjunto da FCT, desenvolvido através da FCCN e da parceria europeia EuroHPC, financiado pelo Investimento RE-C05-i08 “Ciência Mais Digital” do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) sendo este supercomputador capaz de atingir uma performance de alto desempenho Linpack (HPL) de 3,9 petaflops.

Nota da imagem: Nestes cenários os eletrões ficam organizados num anel, no que os físicos chamam de espaço dos momentos—uma forma de visualizar quais as velocidades das partículas, em vez da sua posição. O anel indica que todos os eletrões partilham quase a mesma energia, uma condição especial que ocorre em plasmas magnetizados e que pode desencadear a instabilidade que dá origem a rajadas de ondas de rádio coerentes. Crédito: Pablo Bilbao, GoLP/IPFN/IST

Publicado em 20 Maio 2025

Já estão abertas as inscrições para assistir ao Ciência 2025, que se realiza de 9 a 11 de julho, no Campus da NOVA SBE, em Carcavelos. Para fazer a sua inscrição aceda a esta página.

“Ciência, Inovação e Sociedade” será o mote do Ciência 2025, um evento que tem vindo a consolidar-se como o maior encontro de ciência e tecnologia em Portugal. A iniciativa pretende ser um palco de promoção e discussão do impacto científico, social, cultural e económico da investigação nacional, explorando a interseção entre ciência, inovação e sociedade, para inspirar novas ideias e fomentar colaborações transformadoras.

Pedro Pita Barros, Professor Catedrático da Nova SBE, e Vera Aldeias, Investigadora Coordenadora na Universidade do Algarve, são os comissários científicos do Ciência 2025. Sublinham que o tema “Ciência, Inovação e Sociedade” convida a uma reflexão abrangente sobre o papel estruturante da ciência no desenvolvimento das sociedades.

Nesta edição, a Comissão Europeia é o convidado de honra, representada no evento por dirigentes de alto nível na área da Ciência e Inovação.

Com um programa bastante diversificado, são esperados mais de 2.000 participantes neste encontro, que contará com mais de 40 sessões, cerca de 150 oradores, a presença de 34 expositores na Mostra de Ciência, Tecnologia e Inovação e uma área de apresentação de e-posters científicos submetidos por doutorandos de todo o país. A submissão de e-posters para esta edição também já se encontra aberta, estando igualmente disponíveis as respetivas normas de submissão.

O Ciência 2025 é uma organização da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e da Agência Nacional da Cultura Científica CIÊNCIA VIVA, em estreita colaboração com a Universidade NOVA de Lisboa e com o apoio institucional do Ministério da Educação, Ciência e Inovação. O programa do evento estará brevemente disponível. Fique atento a todas as novidades no site do Ciência 2025.

Publicado em 19 Maio 2025

A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), através da sua unidade de serviços digitais FCCN, lançou o IAedu, um novo serviço digital que visa democratizar o acesso a tecnologias de Inteligência Artificial (IA) no contexto do ensino superior e da investigação científica em Portugal.

Este projeto piloto, apresentado nas Jornadas FCCN que se realizaram de 6 a 8 de maio em Coimbra, pretende promover uma utilização equitativa, segura e eficiente da Inteligência Artificial no ensino superior, através do acesso centralizado e gratuito a modelos de linguagem de larga escala (LLM), na sua versão Pro, com autenticação federada. À semelhança de outros serviços digitais da FCT, como a b-on ou o Colibri, o IAedu permite poupar recursos e tempo, ao disponibilizar um serviço financiado centralmente e aplicável a múltiplos contextos académicos e científicos.

Para além da interface web, o IAedu disponibiliza também acesso direto aos modelos de IA através de APIs, permitindo que investigadores e equipas de desenvolvimento nacionais integrem os LLMs em aplicações ajustadas às suas necessidades científicas, pedagógicas ou institucionais.

Este projeto piloto, desenvolvido em parceria com a Microsoft Portugal, encontra-se em evolução contínua, permitindo no futuro integrar serviços providenciados por qualquer serviço comercial ou de acesso aberto (e.g., novos LLMs desenvolvidos pela comunidade científica nacional).

A segunda edição da plataforma, com lançamento previsto antes do verão, incluirá uma funcionalidade de criação de agentes virtuais personalizados. A partir de bases de conhecimento fornecidas pelos próprios utilizadores, será ainda possível configurar assistentes temáticos destinados ao apoio a unidades curriculares, serviços académicos ou científicos, entre outras aplicações. Estes agentes poderão ser disponibilizados a grupos de utilizadores previamente definidos ou à comunidade em geral, criando novas possibilidades de personalização e disseminação de conhecimento.

O IAedu está disponível para todas as entidades da rede RCTS (Rede Ciência Tecnologia e Sociedade) que adiram ao serviço, sendo de acesso gratuito e sujeito a uma política de utilização responsável. Os dados introduzidos pelos utilizadores — incluindo conteúdos submetidos por investigadores e estudantes — não serão utilizados para treinar ou melhorar qualquer modelo de IA. A FCT assegura a confidencialidade e a proteção da informação, em conformidade com as melhores práticas e normas aplicáveis.

Este novo projeto integra-se no portefólio da FCT, que já disponibiliza mais de 25 serviços digitais dedicados à educação, ciência, tecnologia e conhecimento em Portugal. No contexto da estratégia da FCT para a área da Inteligência Artificial, o IAedu representa um novo eixo de atuação ao nível dos seus serviços digitais, complementando outras dimensões essenciais já em curso. Destacam-se o financiamento de pessoas e projetos na área da IA, a disponibilização gratuita de infraestruturas computacionais de alto desempenho (nomeadamente o Deucalion e o MareNostrum5) e a valorização da reutilização de dados científicos abertos, através do Programa Nacional de Dados Abertos de Investigação. Estas iniciativas e os recursos mencionados são financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência, inseridas na medida RE-C05-i08 Ciência Mais Digital, contratualizada entre a FCT e a Estrutura de Missão Recuperar Portugal.

As instituições interessadas em aderir a este projeto piloto podem fazê-lo através do formulário de adesão disponível na plataforma IAedu.

Publicado em 16 Maio 2025

A cerimónia de assinatura do acordo de colaboração entre a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa da Guiné-Bissau (RNEP-GW) e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) teve lugar no Convento de São Francisco, em Coimbra, no passado dia 7 de maio de 2025.

A RNEP-GW, representada por João Okica, presidente do Conselho de Administração, e por Edualdo Costa, diretor geral, firmou o protocolo com a FCT, que esteve representada pelo seu vice-presidente, Francisco Santos.

O acordo foca-se na promoção da tecnologia no Ensino Superior e Investigação na Guiné-Bissau e simboliza o reforço da cooperação entre este País e Portugal em matéria de tecnologia, com vista à sua aplicação no ecossistema do ensino superior e investigação científica. Através desta parceria, a RNEP-GW beneficiará da experiência, capacitação, infraestruturas e boas práticas da FCCN, serviços digitais da FCT.

“A área da tecnologia, pela sua constante mudança e necessidade de inovação, traz desafios diários e cada vez mais complexos, que exigem a partilha constante de experiências entre instituições e países. Esta parceria é um passo significativo neste caminho de colaboração internacional, com benefícios para ambas as instituições”, explica Francisco Santos, vice-presidente da FCT.

O momento inseriu-se na 16.ª edição das Jornadas FCCN, evento que reúne anualmente a comunidade académica, científica e tecnológica de Portugal e parceiros internacionais. João Nuno Ferreira, coordenador geral da FCCN, serviços digitais da FCT, e os diretores de área do mesmo serviço, João Pagaime e Emanuel Massano, representaram também a instituição portuguesa nesta sessão.

Publicado em 14 Maio 2025